terça-feira, junho 16, 2015
Mais uma que sai da Globo
Escrito por Nathália Carvalho
Quando começou a carreira, a jornalista Mariana Godoy não poderia imaginar que, passados mais de 25 anos, estaria à frente de um programa com seu nome. Mas de uma coisa ela sabia: o profissional é resultado do que faz. Foi assim que ela se envolveu em diversos processos, passou pela publicidade, cobriu jogo de futebol, trabalhou como repórter até chegar ao posto de apresentadora. "Se eu posso dar um conselho aos novos profissionais é não começar pela apresentação. O caminho é muito mais importante".
Caminho este que levou Mariana a colaborar com revistas e jornais, além de ter passado por diversas emissoras brasileiras, incluindo a Globo, que foi sua casa por mais de 20 anos. E foi de lá que a jornalista decidiu se mudar no final de 2014. Em conversa exclusiva com a reportagem do Portal Comunique-se, a profissional explicou os motivos e revelou detalhes sobre a negociação com a Rede TV, onde apresenta, atualmente, o 'Mariana Godoy Entrevista'. "O Franz (Vacek, superintendente de jornalismo e esporte do canal) me convidou durante um almoço. Até então, não tinha pensado em nada parecido com a proposta dele. Foi a partir disso que comecei a pensar", diz animada.
A apresentadora, que já negociava com outro canal, resolveu, então, mudar os planos - atitude que, inclusive, já trouxe bons frutos. Nem bem estreou e o talk show de Mariana foi responsável pela melhor audiência diária da Rede TV na última sexta-feira, 5, quando o entrevistado da noite foi o empresário Eike Batista. Os números refletem em algo que há muito tempo a jornalista buscava: liberdade. "Posso dizer que tenho mais liberdade na Rede TV do que teria em um canal no YouTube. Estou muito feliz".
Confira, abaixo, a íntegra da conversa:
Você começou a carreira na publicidade. Quando decidiu migrar para o jornalismo?
Desde pequena tinha vontade de ser jornalista. Assistia a 'TV Globinho' quando era apresentado pela Paula Saldanha, em uma época em que a programação infantil da Globo tinha bastante qualidade. Gostava demais da Paula. Ela contava histórias e eu sabia que era aquilo que queria fazer. Me sentia muito conectada com o trabalho dela à frente da atração. A minha chegada à TV foi natural, eu nunca tive problema com o público ou com a câmera. Sou desencanada e isso me ajudou muito na carreira. As pessoas costumam se preocupar muito com a imagem que estão passando, confundem, inclusive, o ego e a vaidade com o trabalho, sendo que o que importa é a notícia e o personagem. A pior coisa que alguém pode me falar é que me viram na TV e lembram que eu estava bonita, mas não se lembram da história que contei. Quero que as pessoas ouçam o que tenho para contar e conheçam os personagens que fazem parte das minhas reportagens e não de mim.
A emissora não estava preparada para mim. Deixei a Globo porque ter família na ponte aérea é muito difícil. Estava há três anos longe de São Paulo, onde estão meu marido e filho. Quando mudei de cidade, a previsão era que houvesse investimento da GloboNews na capital paulista e, assim, eu voltaria para fazer o programa, mas isso não vai mais acontecer. Não existia mais espaço para mim. Meu filho se mudou para o Rio de Janeiro, mas acabou não se adaptando. Então, decidi voltar, o que foi ótimo. Conversei com os diretores da Globo, que me apoiaram e desejaram sorte.
Como você avalia os mais de 20 anos no canal?
A Globo fez parte da minha vida por muito mais do que 20 anos, pois mesmo antes de ser contratada, já fazia parte da minha rotina, pois assistia a programação. Tive a oportunidade de fazer muitas coisas na Globo. Durante meu tempo na emissora, fiz TV aberta e fechada, que são públicos bem diferentes. Quando você faz TV, revista, jornal, não importa a mídia, você aprende a fazer aquele produto. A GloboNews tem audiência muito qualificada, era possível aprofundar nos assuntos. Mas a TV aberta atinge todo mundo e essa é a grande vantagem, consigo falar com o Brasil inteiro. O meu programa na Rede TV tem esse objetivo: falar com as pessoas de maneira que elas se sintam representadas.
Como foram as negociações com a Rede TV?
Quem me apresentou para a Rede TV foi o Franz Vacek, que me convidou para fazer o programa durante um almoço. No dia, conheci a estrutura da emissora e achei incrível. Já estava negociando com outro canal quando o Franz me perguntou se eu já tinha pensado em ter um programa no formato do 'Mariana Godoy Entrevista'. Foi a partir disso que comecei a avaliar e, quando conversei com meu marido, meus olhos brilhavam. Ele disse: 'Mariana, nunca vi seus olhos brilharem tanto. Se os seus olhos brilharam, segue!'. Fiquei muito animada com as possibilidades que tenho aqui na Rede TV. Mudei-me para São Paulo, aceitei o convite e logo depois fui viajar, tirar as férias que ainda não tinha tirado.
Quando voltei, cobri as férias da Amanda Klein para conhecer o sistema - aqui eles usam computadores da Apple em toda a redação e tem muita tecnologia que eu precisava conhecer. Depois, conversamos e começamos a formatar o programa, montar a equipe e fechar os detalhes. Discutimos todos os pontos, desde a questão de ter banda até o design do cenário. Tudo que está na atração tem um motivo. A plateia, por exemplo, surgiu depois que pensamos na interação com o público. A Rede TV tem um programa de games muito tecnológico que fala com o público e eu queria algo parecido. Mas, pensamos em pessoas mais velhas, que não têm acesso às redes ou ao computador. Assim, tivemos a ideia de trazê-las para os estúdios.
A chegada do Mauro foi uma surpresa maravilhosa. Já conhecia o trabalho dele, mas foi o Franz quem sugeriu. Ele chegou e me perguntou o que eu achava e eu, que já pensava no Mauro para a função, disse: 'traz agora'. O Mauro é muito criterioso. Ele chegou em cima da hora e já foi para a rua gravar um belíssimo VT. Ele é muito parceiro e me ajuda bastante no estúdio durante as entrevistas e a interação com os internautas.
Durante sua carreira, você imaginou que teria um programa com seu nome?
Nunca imaginei. Mas posso afirmar que tenho mais liberdade aqui na Rede TV do que teria em um canal no YouTube. Estou muito feliz com esse momento de virada na minha carreira. Quando cheguei, me deram total liberdade para criar o formato que queria. O programa tem diferencial como a participação do público e o fato de ser ao vivo. Quero trazer políticos para entrevistas que sejam palatáveis ao público, mas também quero personagens bem brasileiros. Vai ter dica cultural, curiosidades e matérias de assuntos variados. Quero ver o Brasil representado aqui. A Rede TV é uma emissora jovem e inovadora, que dá abertura para o profissional. Aqui, tudo pode. Não há restrições.
Existem restrições em outras emissoras?
Quando você vai trabalhar em qualquer lugar, você recebe orientações. Se for para fazer as coisas sem nenhum tipo de regra, você precisa virar autônomo e ter seu próprio negócio. Mas, dentro da orientação que é dada, você tem amplitude que te permite ultrapassar alguns limites. Você só precisa saber até onde pode ir. Posso afirmar que as empresas de comunicação têm muito bom senso e critério. No Brasil, nada mais é proibido. Com jeitinho, você pode ir além.
Na estreia, você fez agradecimentos públicos à sua antiga casa e a profissionais que nela estão. Especificamente, você afirmou ter certeza de que o Ali Kamel estaria prestigiando o seu novo programa. Chegou a conversar com ele depois da primeira edição do seu talk show?
Eles me mandaram e-mails desejando sorte e sucesso. Precisava agradecer a todos da Globo pelos anos que passei na emissora. Escolhi os diretores, pois eles se encarregam de distribuir meus agradecimentos pela equipe. Mais da metade da minha vida foi dedicada ao canal. Aprendi muito e conheci profissionais incríveis.
Caminho este que levou Mariana a colaborar com revistas e jornais, além de ter passado por diversas emissoras brasileiras, incluindo a Globo, que foi sua casa por mais de 20 anos. E foi de lá que a jornalista decidiu se mudar no final de 2014. Em conversa exclusiva com a reportagem do Portal Comunique-se, a profissional explicou os motivos e revelou detalhes sobre a negociação com a Rede TV, onde apresenta, atualmente, o 'Mariana Godoy Entrevista'. "O Franz (Vacek, superintendente de jornalismo e esporte do canal) me convidou durante um almoço. Até então, não tinha pensado em nada parecido com a proposta dele. Foi a partir disso que comecei a pensar", diz animada.
A apresentadora, que já negociava com outro canal, resolveu, então, mudar os planos - atitude que, inclusive, já trouxe bons frutos. Nem bem estreou e o talk show de Mariana foi responsável pela melhor audiência diária da Rede TV na última sexta-feira, 5, quando o entrevistado da noite foi o empresário Eike Batista. Os números refletem em algo que há muito tempo a jornalista buscava: liberdade. "Posso dizer que tenho mais liberdade na Rede TV do que teria em um canal no YouTube. Estou muito feliz".
Confira, abaixo, a íntegra da conversa:
(Imagem: Fernanda Simão/Rede TV)
Sobre a sua carreira como jornalista, você acumula experiência como repórter e apresentadora, além de ter passado por diversos veículos. Como você avalia a sua trajetória na profissão?Fiz tudo o que queria fazer. Se eu posso dar um conselho aos novos profissionais é não começar pela apresentação. O caminho é muito mais importante. Comecei a carreira como assistente de produção e na TV eu fiz de tudo também. No fundo, você é resultado do que faz, por isso é tão importante conhecer os cargos. Fiz jornal, revista, rádio e trabalhei em uma agência de publicidade, local em que eu pegava o carro do dono e ia para a Barra Funda buscar foto-livro. Trabalhei como repórter de esporte, fiz transmissão de jogo de tênis, de futebol, que é bem difícil. Ficava atrás do gol perguntando para os meus colegas de rádio o que tinha acontecido, pois não dava para ver do outro lado. Aprendi muito com todas essas experiências. Ao longo desse tempo, conheci muita gente especial e aprendi muito. São coisas que você leva para a vida inteira. A única coisa que eu não abri mão neste tempo de jornalista é estar satisfeita. É a minha exigência pessoal. Preciso estar feliz com o meu trabalho e, hoje, posso afirmar que estou 110% satisfeita. Tenho muita liberdade aqui na Rede TV.Você começou a carreira na publicidade. Quando decidiu migrar para o jornalismo?
Desde pequena tinha vontade de ser jornalista. Assistia a 'TV Globinho' quando era apresentado pela Paula Saldanha, em uma época em que a programação infantil da Globo tinha bastante qualidade. Gostava demais da Paula. Ela contava histórias e eu sabia que era aquilo que queria fazer. Me sentia muito conectada com o trabalho dela à frente da atração. A minha chegada à TV foi natural, eu nunca tive problema com o público ou com a câmera. Sou desencanada e isso me ajudou muito na carreira. As pessoas costumam se preocupar muito com a imagem que estão passando, confundem, inclusive, o ego e a vaidade com o trabalho, sendo que o que importa é a notícia e o personagem. A pior coisa que alguém pode me falar é que me viram na TV e lembram que eu estava bonita, mas não se lembram da história que contei. Quero que as pessoas ouçam o que tenho para contar e conheçam os personagens que fazem parte das minhas reportagens e não de mim.
"As pessoas costumam se preocupar muito com a imagem que estão passando, confundem, inclusive, o ego e a vaidade com o trabalho, sendo que o que importa é a notícia e o personagem"
O que motivou a sua saída da Globo? A emissora não estava preparada para mim. Deixei a Globo porque ter família na ponte aérea é muito difícil. Estava há três anos longe de São Paulo, onde estão meu marido e filho. Quando mudei de cidade, a previsão era que houvesse investimento da GloboNews na capital paulista e, assim, eu voltaria para fazer o programa, mas isso não vai mais acontecer. Não existia mais espaço para mim. Meu filho se mudou para o Rio de Janeiro, mas acabou não se adaptando. Então, decidi voltar, o que foi ótimo. Conversei com os diretores da Globo, que me apoiaram e desejaram sorte.
Como você avalia os mais de 20 anos no canal?
A Globo fez parte da minha vida por muito mais do que 20 anos, pois mesmo antes de ser contratada, já fazia parte da minha rotina, pois assistia a programação. Tive a oportunidade de fazer muitas coisas na Globo. Durante meu tempo na emissora, fiz TV aberta e fechada, que são públicos bem diferentes. Quando você faz TV, revista, jornal, não importa a mídia, você aprende a fazer aquele produto. A GloboNews tem audiência muito qualificada, era possível aprofundar nos assuntos. Mas a TV aberta atinge todo mundo e essa é a grande vantagem, consigo falar com o Brasil inteiro. O meu programa na Rede TV tem esse objetivo: falar com as pessoas de maneira que elas se sintam representadas.
Como foram as negociações com a Rede TV?
Quem me apresentou para a Rede TV foi o Franz Vacek, que me convidou para fazer o programa durante um almoço. No dia, conheci a estrutura da emissora e achei incrível. Já estava negociando com outro canal quando o Franz me perguntou se eu já tinha pensado em ter um programa no formato do 'Mariana Godoy Entrevista'. Foi a partir disso que comecei a avaliar e, quando conversei com meu marido, meus olhos brilhavam. Ele disse: 'Mariana, nunca vi seus olhos brilharem tanto. Se os seus olhos brilharam, segue!'. Fiquei muito animada com as possibilidades que tenho aqui na Rede TV. Mudei-me para São Paulo, aceitei o convite e logo depois fui viajar, tirar as férias que ainda não tinha tirado.
Quando voltei, cobri as férias da Amanda Klein para conhecer o sistema - aqui eles usam computadores da Apple em toda a redação e tem muita tecnologia que eu precisava conhecer. Depois, conversamos e começamos a formatar o programa, montar a equipe e fechar os detalhes. Discutimos todos os pontos, desde a questão de ter banda até o design do cenário. Tudo que está na atração tem um motivo. A plateia, por exemplo, surgiu depois que pensamos na interação com o público. A Rede TV tem um programa de games muito tecnológico que fala com o público e eu queria algo parecido. Mas, pensamos em pessoas mais velhas, que não têm acesso às redes ou ao computador. Assim, tivemos a ideia de trazê-las para os estúdios.
"O meu programa na Rede TV tem esse objetivo: falar com as pessoas de maneira que elas se sintam representadas"
Para quem acompanha o programa, fica claro que o Mauro Tagliaferri é o seu braço direito. Você participou das negociações que resultaram na contratação do jornalista?A chegada do Mauro foi uma surpresa maravilhosa. Já conhecia o trabalho dele, mas foi o Franz quem sugeriu. Ele chegou e me perguntou o que eu achava e eu, que já pensava no Mauro para a função, disse: 'traz agora'. O Mauro é muito criterioso. Ele chegou em cima da hora e já foi para a rua gravar um belíssimo VT. Ele é muito parceiro e me ajuda bastante no estúdio durante as entrevistas e a interação com os internautas.
Durante sua carreira, você imaginou que teria um programa com seu nome?
Nunca imaginei. Mas posso afirmar que tenho mais liberdade aqui na Rede TV do que teria em um canal no YouTube. Estou muito feliz com esse momento de virada na minha carreira. Quando cheguei, me deram total liberdade para criar o formato que queria. O programa tem diferencial como a participação do público e o fato de ser ao vivo. Quero trazer políticos para entrevistas que sejam palatáveis ao público, mas também quero personagens bem brasileiros. Vai ter dica cultural, curiosidades e matérias de assuntos variados. Quero ver o Brasil representado aqui. A Rede TV é uma emissora jovem e inovadora, que dá abertura para o profissional. Aqui, tudo pode. Não há restrições.
Existem restrições em outras emissoras?
Quando você vai trabalhar em qualquer lugar, você recebe orientações. Se for para fazer as coisas sem nenhum tipo de regra, você precisa virar autônomo e ter seu próprio negócio. Mas, dentro da orientação que é dada, você tem amplitude que te permite ultrapassar alguns limites. Você só precisa saber até onde pode ir. Posso afirmar que as empresas de comunicação têm muito bom senso e critério. No Brasil, nada mais é proibido. Com jeitinho, você pode ir além.
"Posso afirmar que tenho mais liberdade aqui na Rede TV do que teria em um canal no YouTube. Estou muito feliz com esse momento de virada na minha carreira"
No Brasil, o formato talk show é visto como uma produção de humor, casos de Danilo Gentili e Jô Soares. Para o seu programa, entretanto, a Rede TV fez questão de enfatizar que levaria ao ar um “talk show jornalístico”. Com isso, qual o seu trabalho para casar o formato com conteúdo noticioso?Não tinha pensado nessa questão do humor. Sério que precisa ser engraçado? Bom, se eu estiver me divertindo, acredito que as pessoas vão se divertir junto. Mas jamais faria piadas no meu programa. Posso ser brincalhona, mas não sou humorista. Para o humor, é preciso ser inteligente e eu admiro muito quem consegue.Na estreia, você fez agradecimentos públicos à sua antiga casa e a profissionais que nela estão. Especificamente, você afirmou ter certeza de que o Ali Kamel estaria prestigiando o seu novo programa. Chegou a conversar com ele depois da primeira edição do seu talk show?
Eles me mandaram e-mails desejando sorte e sucesso. Precisava agradecer a todos da Globo pelos anos que passei na emissora. Escolhi os diretores, pois eles se encarregam de distribuir meus agradecimentos pela equipe. Mais da metade da minha vida foi dedicada ao canal. Aprendi muito e conheci profissionais incríveis.
(Imagem: Fernanda Simão/Divulgação Rede TV)
TCU está dividido sobre “pedaladas”
A dois dias da votação, o plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) está dividido em relação às contas de 2014 da presidente Dilma Rousseff, segundo três fontes ouvidas pelo jornal O Globo. A discordância é baseada em uma descoberta do Contas Abertas: as chamadas “pedaladas” fiscais”, que aconteceram no ano passado.
A controvérsia em relação à manobra pode levar o julgamento a um empate, com quatro votos a favor da aprovação e quatro pela reprovação. Nesse caso, a decisão é do presidente do TCU, Aroldo Cedraz, que só vota para desempatar. O julgamento será quarta-feira.
Estariam dispostos a votar pela aprovação das contas de Dilma os ministros Walton Alencar, Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro. Os ministros Augusto Nardes, relator do processo no TCU, Bruno Dantas e Raimundo Carreiro estariam inclinados a opinar pela reprovação, enquanto Ana Arraes e Vital do Rego ainda não deram uma sinalização mais clara sobre seus votos. O presidente do TCU votará se houver um empate, e não sinalizou ainda qual é seu entendimento.
Um parecer pela rejeição das contas de um presidente seria inédito. A análise do TCU sobre contas presidenciais não é definitiva. De acordo com a Constituição, a atribuição final do julgamento é do Congresso.
Nos últimos dias, a linha de frente do governo Dilma — com o vice-presidente Michel Temer e os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e da Advocacia Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams — procurou o relator tentando convencê-lo a votar pela aprovação. Temer falou com Nardes por telefone e os dois ministros foram ao gabinete dele na semana passada para tentar reverter a tendência de voto pela rejeição. O governo intensificará a pressão na véspera da votação.
Em conversas reservadas, ministros do TCU têm dito que o teor do voto do relator será decisivo para baterem o martelo. Em relatório preliminar distribuído aos ministros no fim da semana passada, Nardes detalha a ocorrência das “pedaladas”, interpretadas como irregulares e uma infração à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A manobra fiscal é sinalizada como “alerta” no relatório.
As “pedaladas” foram um represamento de repasses do Tesouro Nacional aos bancos oficiais, que precisaram arcar com pagamentos de benefícios como seguro-desemprego e Bolsa Família. Em abril, os ministros do TCU decidiram que a manobra infringiu a LRF, por se configurar como empréstimo. O governo nega e diz que as “pedaladas” não podem ser usadas no julgamento das contas, por ainda não haver posicionamento definitivo do tribunal sobre o assunto.
Pedaladas foram descobertas pelo Contas Abertas
As pedaladas foram divulgadas pelo Contas Abertas no início do ano passado. No dia 17 de janeiro do ano passado, a entidade encaminhou denúncia ao Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, com o intuito de que a Corte de Contas pudesse quantificar o real superávit primário de 2013 e tomar as medidas cabíveis em relação às manobras orçamentárias que o governo federal realizou no final do ano passado.
Conforme dados do Contas Abertas levantados na época, a contabilidade postergada ganhou grandes proporções de 2013 para 2014. Pela primeira vez, desde o início da série histórica do Banco Central, em 1997, as despesas de janeiro superaram as de dezembro, por exemplo.
De 2013 para 2014 houve crescimento de 27,8% dos restos a pagar processados (quando só falta o pagamento do serviço prestado) e emissão de bilhões de reais em ordens bancárias nos últimos dias do ano — para que fossem sacadas apenas nos primeiros dias de 2014 — e também pela retenção de receitas estaduais e municipais.
Em dezembro, do dia 1º ao dia 27, a União pagou R$ 2 bilhões em investimentos (obras e equipamentos). No entanto, entre os dias 28 e 31 foram desembolsados R$ 4,1 bilhões. Em resumo, nos quatro últimos dias de 2013, incluindo sábado, domingo e véspera de feriado, o governo emitiu ordens bancárias no dobro do valor que lançara nos 27 dias anteriores. -
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A controvérsia em relação à manobra pode levar o julgamento a um empate, com quatro votos a favor da aprovação e quatro pela reprovação. Nesse caso, a decisão é do presidente do TCU, Aroldo Cedraz, que só vota para desempatar. O julgamento será quarta-feira.
Estariam dispostos a votar pela aprovação das contas de Dilma os ministros Walton Alencar, Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro. Os ministros Augusto Nardes, relator do processo no TCU, Bruno Dantas e Raimundo Carreiro estariam inclinados a opinar pela reprovação, enquanto Ana Arraes e Vital do Rego ainda não deram uma sinalização mais clara sobre seus votos. O presidente do TCU votará se houver um empate, e não sinalizou ainda qual é seu entendimento.
Um parecer pela rejeição das contas de um presidente seria inédito. A análise do TCU sobre contas presidenciais não é definitiva. De acordo com a Constituição, a atribuição final do julgamento é do Congresso.
Nos últimos dias, a linha de frente do governo Dilma — com o vice-presidente Michel Temer e os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e da Advocacia Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams — procurou o relator tentando convencê-lo a votar pela aprovação. Temer falou com Nardes por telefone e os dois ministros foram ao gabinete dele na semana passada para tentar reverter a tendência de voto pela rejeição. O governo intensificará a pressão na véspera da votação.
Em conversas reservadas, ministros do TCU têm dito que o teor do voto do relator será decisivo para baterem o martelo. Em relatório preliminar distribuído aos ministros no fim da semana passada, Nardes detalha a ocorrência das “pedaladas”, interpretadas como irregulares e uma infração à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A manobra fiscal é sinalizada como “alerta” no relatório.
As “pedaladas” foram um represamento de repasses do Tesouro Nacional aos bancos oficiais, que precisaram arcar com pagamentos de benefícios como seguro-desemprego e Bolsa Família. Em abril, os ministros do TCU decidiram que a manobra infringiu a LRF, por se configurar como empréstimo. O governo nega e diz que as “pedaladas” não podem ser usadas no julgamento das contas, por ainda não haver posicionamento definitivo do tribunal sobre o assunto.
Pedaladas foram descobertas pelo Contas Abertas
As pedaladas foram divulgadas pelo Contas Abertas no início do ano passado. No dia 17 de janeiro do ano passado, a entidade encaminhou denúncia ao Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, com o intuito de que a Corte de Contas pudesse quantificar o real superávit primário de 2013 e tomar as medidas cabíveis em relação às manobras orçamentárias que o governo federal realizou no final do ano passado.
Conforme dados do Contas Abertas levantados na época, a contabilidade postergada ganhou grandes proporções de 2013 para 2014. Pela primeira vez, desde o início da série histórica do Banco Central, em 1997, as despesas de janeiro superaram as de dezembro, por exemplo.
De 2013 para 2014 houve crescimento de 27,8% dos restos a pagar processados (quando só falta o pagamento do serviço prestado) e emissão de bilhões de reais em ordens bancárias nos últimos dias do ano — para que fossem sacadas apenas nos primeiros dias de 2014 — e também pela retenção de receitas estaduais e municipais.
Em dezembro, do dia 1º ao dia 27, a União pagou R$ 2 bilhões em investimentos (obras e equipamentos). No entanto, entre os dias 28 e 31 foram desembolsados R$ 4,1 bilhões. Em resumo, nos quatro últimos dias de 2013, incluindo sábado, domingo e véspera de feriado, o governo emitiu ordens bancárias no dobro do valor que lançara nos 27 dias anteriores. -
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Agência FAPESP –
O seminário “Cidadania Local e Migrações Internacionais: um estudo de caso sobre a formação de um novo domínio de agência, na cidade de São Paulo” será realizado no dia 23 de junho de 2015, a partir das 17 horas, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP).
O evento é realizado pelo Centro de Estudos da Metrópole (CEM), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) financiado pela FAPESP.
A apresentação será de Patrícia Tavares, doutora em Sociologia pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (IFCH/Unicamp) e pós-doutoranda no CEM.
Tavares falará sobre estudo que aborda os processos políticos locais em torno da promoção dos direitos à saúde, educação e trabalho da nova população de migrantes internacionais na cidade de São Paulo.
O evento será no prédio da Filosofia e das Ciências Sociais da FFLCH/USP, que fica na Avenida Prof. Luciano Gualberto, 315, Cidade Universitária, em São Paulo. Não é necessário fazer inscrição.
Mais informações: www.fflch.usp.br/centrodametropole/1227.