terça-feira, agosto 01, 2006

15) INTERNACIONAL / DE ISRAEL / Daniela Kresch

Propaganda de guerra

"Israel é forte", diz a faixa pendurada num dos viadutos da cidade de Tiberíades (Tvéria, em hebraico), às margens do Mar da Galiléia. Na rua principal, que deveria estar repleta de turistas no auge do verão, passa um carro solitário. Outdoors e faixas com frases de encorajamento inundam não só as cidades do norte israelense, mas todo o país. "Ganharemos", diz uma das mais vistas. Duas semanas de guerra e as agências de publicidade começam a se adaptar à nova realidade. Anúncios de TV e propagandas de jornal usam o tema para melhorar a imagem de seus clientes. Todos querem doar cestas-básicas para os moradores do norte. Todos querem patrocinar shows de artistas em abrigos anti-aéreos. Todos, claro, querem que a população inteira saiba de suas boas ações (afinal, de que adianta doar e não contar pra ninguém?). Mas, apesar de toda a movimentação dos publicitários, sente-se no ar a chegada de uma recessão. Mais um preço a se pagar por essa guerra com objetivos que parecem impossíveis e sacrifícios entre os civis dos dois lados (mais ainda do lado de lá). Quem achava que era fácil e rápido - é só o exército jogar umas bombinhas que ele destrói o Hezbollah -, já engole as palavras. O tempo voltou. Estamos nos aproximando a passos rápidos de 1982.