terça-feira, agosto 01, 2006

4) BRASIL / POLÍTICA / Fala o Sensus

"Considerando os dados de quatro institutos (Datafolha, Sensus, Ibope e Vox Populi), as pesquisas eleitorais dos últimos quatro meses mostram, de modo razoavelmente coerente, que os principais candidatos tiveram a seguinte trajetória. Lula (PT) iniciou o mês de abril na casa dos 43 pontos percentuais, foi crescendo suavemente até atingir seu ponto máximo no final de maio/início de junho (48% no Ibope, 46% no Datafolha). Depois, teve uma pequena queda, que o trouxe de volta, na segunda quinzena de julho, para patamar próximo ao que tinha no início de abril (44% no Datafolha e no Ibope). Alckmin (PSDB) começou abril perto dos 20 pontos percentuais. Na segunda quinzena de junho, começou a subir. Em julho, alcançou seus melhores índices: 27% na Sensus e no Ibope, 28% no Datafolha e 33% no Vox Populi. Seu crescimento variou entre cinco (Datafolha) e dez pontos percentuais (Vox Populi). Na média, cresceu 7,5 pontos. Heloísa Helena (Psol) saiu de uma faixa entre 6% e 7%, nela ficou em maio, caiu ligeiramente em junho (chegando a 5% no Vox Populi e na Sensus) e subiu em julho. Como a Sensus não fez pesquisa para as eleições presidenciais mês passado, o crescimento só foi captado pelos outros três institutos. Ele variou de um (Vox Populi) a três pontos percentuais (Datafolha, que conferiu a Heloísa seu mais alto índice de intenção de votos até aqui, 10%). Os demais candidatos (Cristovam, Eymael, Rui Pimenta e Luciano Bivar), somados, tinham ao redor de 2% dos votos no início de abril. Em julho, totalizaram 3%. O total de indecisos caiu, saindo de um patamar entre 10 e 12% em abril para 8 a 11% em julho. Ao longo de todo o período, as pesquisas atribuíram vitória de Lula no primeiro turno, mas por margem progressivamente menor.

Programas eleitorais se auto-anulam

São esses números que, segundo Ricardo Guedes, têm poucas chances de mudarem radicalmente até a eleição de 1º de outubro. Ele diz: "Temos uma situação de fato que é a polarização entre Lula e Alckmin, com os eleitores desses candidatos muito convencidos do seu voto. Heloísa Helena pode até crescer mais, embora eu não a veja com tendência de grandes crescimentos. Mas o crescimento que ela tiver não tem muito espaço para afastar a polarização que existe". Guedes não vê nenhuma possibilidade de o horário eleitoral no rádio e na TV alterar significativamente as preferências atuais do eleitorado: "Há muita consistência no eleitorado tanto de Lula quanto de Alckmin. Eles têm eleitores que, em sua grande maioria, não vão mudar de opinião. Os de Lula porque estão satisfeitos com a estabilidade econômica, os programas sociais, o salário mínimo, o aumento do emprego etc. Os de Alckmin por causa do discurso da questão ética e da defesa de um choque de gestão". C em F