Agência FAPESP - Se a Organização das Nações Unidas (ONU) rege, ou pelo menos tenta, a relação entre os Estados-Nação do mundo, a Federação Internacional de Futebol (Fifa) – que inclusive tem mais membros – talvez tenha até mais domínio sobre as federações nacionais. Se um país tem suas fronteiras delimitadas, pelo menos em tese, e uma capital definida, o estádio de futebol é uma área, no imaginário do torcedor, que lhe pertence. Se entre os povos a exacerbação do nacionalismo é algo presente, no mundo da bola o amor pelo clube gera o mesmo processo. “Não tenho dúvidas de que o clubismo é o principal pilar do futebol no Brasil. Claro que existe um contexto histórico e cultural que também ajuda a explicar a adesão do brasileiro ao esporte trazido pelos ingleses, mas a relação de pertencimento que existe entre torcedor e clube é mais forte do que tudo isso”, disse Arlei Sander Damo, antropólogo social e professor da Universidade de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul.