sábado, junho 24, 2006

10) DENÚNCIA / Chegou agora !

SAIA JUSTA OU CIDADANIA?

Julio Vilela no Festival do Forum de Cultura, indignação com humor.

A jornalista Ciça Carvello na coluna SPOT do jornal O POPULAR no dia 23 de junho publicou uma nota com o seguinte texto:

Saia-justa - Uma representante do Fórum Permanente de Cultura criou uma saia-justa na inauguração do Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro, na noite de quarta-feira. Ao final do pronunciamento do prefeito Iris Rezende, a moça pediu a atenção de todos e começou a ler uma carta crítica ao secretário municipal de Cultura, Kleber Adorno. Vaias de algumas pessoas da platéia abafaram a leitura da carta, que terminava informando que uma decisão da Justiça anulou, esta semana, a Conferência Municipal realizada ano passado, que indicou os novos membros do Conselho Municipal de Cultura.”.

A colunista não sabia que a representante do Forum foi nada mais e nada menos que uma cidadã chamada Liana. Indignada com o que leu no documento distribuído por alguns brancaleones, esses sim do FORUM PERMANENTE DE CULTURA na porta do Cine Ouro, agiu.

E sobre o assunto ANULAÇÃO da 3ª CONFERENCIA MUNICIPAL DE CULTURA nada mais há para ser dito após a crônica publicada no blog do escritor e poeta eternamente rebelde Luiz de Aquino e que no domingo estará imprensa nas páginas do jornal O DIÁRIO DA MANHÃ http://www.dm.com.br, (se não for censurada) intitulada “Copas, Conselho e Cultura”.

" ... Sem ordem e sem critério, a mesma prefeitura de Goiânia sofreu a vergonha de ter uma conferência de cultura anulada e seu Conselho Municipal de Cultura foi considerado, pois, pela Justiça, ilegítimo. Tudo porque nesta gestão municipal reinstalou-se o mau hábito do tempo do arbítrio de fazer as coisas sob o interesse dos que detém o mando e, obviamente, à revelia da Lei. ... "

http://penapoesiaporluizdeaquino.blogspot.com/

O que mais pode ser dito?

No dia 09 de junho publiquei no fotolog “POLITICA CULTURA JÁ” http://fotolog.terra.com.br/culturagoiania:8 uma imagem que achei significativa do tratamento recebido pela cultura pelos nossos gestores públicos. O prédio sem vigilância e sem limpeza depende dos servidores para fazerem o papel dos guardas desaparecidos após a dispensa sumária da empresa de vigilância e dos faxineiros inexistentes.

A imagem demonstra na verdade, claramente o analfabetismo funcional que permeia todas as áreas da vida social do brasileiro. Na imagem há uma assinatura “a direção”, entretanto, não é um documento produzido pela direção do Departamento de Patrimônio Histórico e Artístico de Goiânia, mas por um (a) servidor (a) anônimo (a) disposto (a) a organizar o serviço de portaria, vigilância e limpeza no turno vespertino.

E quando penso que 21 anos se passaram desde que fiz concurso para o cargo de RESTAURADORA para o MUSEU DE ARTE DE GOIÂNIA. É o fim da carreira mesmo!

A coordenadora do Departamento indignada, e legitimamente indignada, ontem me disse cobras e lagartos sobre a insensibilidade e maldade humana (a minha) ao publicar uma imagem como essa.

Exceto pela parte da autoria do magnífico cartaz (tenho certeza absoluta que não é uma produção da diretora do departamento), a mim custa muita água no jacá para entender a lógica de tanta indignação inútil.

A publicação da foto causa prejuízo à imagem de instituição. Mas que imagem da instituição? A ficção do Centro de Memória e Referência? Ao departamento de Patrimônio Histórico e Artístico? Um é um projeto magnífico que nunca saiu do papel, mas que toma corpo e existe apenas quando a PROCURADORIA DO MUNICIPÍO afirma inverdades em processos jurídicos, orientados pelo Secretário Municipal de Cultura.

E o outro, o Departamento de Patrimônio Histórico e Artístico, desde a sua criação na década de 80, nada mais é que um ajuntamento de pessoas, de boa vontade, e outras que sequer sabem o significado do local onde trabalham e um amontoado de informações – livros, papéis, imagens e etc. – consultados por meia dúzia de pessoas.

Ora, que ilusão é essa que vive o funcionário público? O Prefeito finge que nos paga e nós fingimos que trabalhamos? Vamos manter um pouco de dignidade e indignarmo-nos com o que vale a pena, com os desmandos cotidianos praticados pela administração pública, que em última instância, para manter os apaniguados políticos no "bem bom", assedia moralmente os servidores de carreira.

Como pode alguém se indignar com uma imagem, verdadeira, por que “pega mal” para um(a) colega, e achar natural, que outra colega, seja assediada moralmente, ameaçada, submetida a inquérito administrativo montado com documentos falsos, desviada de função e finalmente, que passe um ano e meio da sua vida profissional olhando o tempo e rezando para fantasmas, os únicos itens a serem restaurados no Grande Hotel ? Como pode achar natural a sujeira e o abandono do prédio, tombado pelo IPHAN? Como pode achar natural que o Departamento de Patrimônio Histórico e Artístico de Goiânia desde a sua criação nada mais seja do que isso que foi descrito acima???

Não é natural. É descabido que as instituições que cuidam do Patrimônio Cultural de Goiânia sejam visto como cabide de emprego de apaniguados políticos, como no caso do MAG e largados a própria sorte como é o caso do Departamento de Patrimônio Histórico e Artístico.

Não é natural que a PREFEITURA DE GOIÂNIA seja despejada de um prédio histórico, conquistado a duras penas, por que não deu uso adequado ao espaço. Assim como também não é pertinente investir dois milhões de reais do Fundo de Apoio a Cultura no Cine Ouro (prédio de particular) e usar dinheiro da educação para bancar o aluguel de 13 mil ao mês.

Então se querem se indignar, colegas do Grande Hotel, que não seja para manter apenas o próprio status, mas com os desmandos e autoritarismos praticados cotidianamente pelos atuais gestores públicos da Cultura em Goiânia, amplamente denunciados na imprensa local. Indignem-se com os 2% de aumento parcelado em duas vezes. Desacomodem-se de suas cadeiras e lutem por um tratamento digno, por local de trabalho decente e no mínimo limpo, sem botecos, sem aviltamento, por orçamento anual para as instituições culturais, por dirigentes éticos e honestos.

Indignem-se pelo que efetivamente é indigno: os desmandos e arbitrariedades que permeiam as ações dos gestores públicos da cultura em Goiânia.

Ou acham que a falsa tranqüilidade que usufruem vai durar para sempre? Para onde iremos depois que vergonhosamente formos despejados do prédio? Quem será o próximo a ser ameaçado ou perseguido pela máfia?

Indignem-se como se indignou a Liana. Saia justa nada, é cidadania mesmo!

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