sábado, junho 24, 2006

11) CARGIL / Vai ter que assinar

Por Iberê Thenório

Esta terça-feira não foi um dia fácil para o presidente da Cargill no Brasil, Sérgio Barroso. Convidado pelo Instituto Ethos para ser um dos palestrantes da Conferência Internacional 2006 - Empresas e Responsabilidade Social, que começou nesta segunda-feira (19), em São Paulo, ele se viu em uma situação constrangedora durante a mesa redonda cujo tema era "Desmatamento da Amazônia - como é possível evitar?". Justamente o calcanhar de Aquiles da Cargill. Ao contrário dos colegas de mesa (como Sérgio Amoroso, do Grupo Jari-Orsa, e Maurício Reis, da Companhia Vale do Rio Doce) o empresário da soja começou a palestra sem nenhum case para apresentar. Utilizou seus 20 minutos de fala para defender o agronegócio e a utilização do transporte fluvial no Brasil (leia-se: defender o porto construído pela empresa em Santarém/PA, que corre o risco de ser embargado por falta de licença ambiental). Barroso também mostrou um mapa das plantações de soja no país, tentando mostrar que a cultura do grão praticamente não afetava esse ecossistema. No final da palestra, entre as medidas que citou para proteger a região, o presidente da Cargill ressaltou a importância de "observar" a assinatura do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, organizado pelo Instituto Ethos e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), em que empresas se comprometem a manter sua cadeia produtiva longe do trabalho escravo. O detalhe é que a Cargill não havia assinado o documento.