segunda-feira, junho 12, 2006

2) IMPRENSA POPULAR / De César Maia

A venda de jornais populares a baixíssimo preço tornou-se um vetor de
concorrência da grande imprensa. Sua origem está nos jornais de metrô
distribuídos gratuitamente em várias cidades do mundo. A leitura rápida exige
formato especial, matérias leves e curtas, fotos atrativas e boxes com os
destaques. E muita informação sobre serviços -TV,fofoca de atores, jogadores,
cinema, lazer, futebol, emprego, cursos, consursos,...e um escândalo para
apimentar. Le-lo é quase como ler o jornal pendurado na banca.
Os jornais com esta característica vão navegando entre o jornalismo e o lazer,
cada vez mais se afirmando como jornalismo de lazer. Curiosamente, deixam de
justificar a reclamação de tantos, políticos em especial, que dizem que jornal
só sabe falar mal. Do ponto de vista econômico ainda não se sabe o resultado,
pois não se vê uma publicidade explosiva. Seus custos só não são maiores que as
receitas das vendas porque o jornal matriz fornece material e o computador faz o
resto. O custo passa a ser, quase só, papel e tinta. A imprensa popular nunca
teve a formação de opinião como foco. Agora a própria informação deixa de ser
foco também.Em outubro de 2005 o jornal Super Notícia de MG tinha uma circulação de 30 mil.
Em abril de 2006 já tinha 137 mil jornais circulando por dia. No Rio a imprensa
popular de lazer caminha para ultrapassar a imprensa popular tradicional. A
moda,( febre?), ainda não chegou em SP.