Enganam-se aqueles que apostam tudo nas máquinas políticas, no tempo de TV e se esquecem de perguntar ao eleitor o que ele acha. Em 2004 o apoio do PTB ao PT no Rio afastou a militância orgânica do PT da eleição, o que eliminou um fator precioso: o multiplicador do voto no chão. Exatamente num momento em que setores de opinião que haviam se se afastado do PT pelo efeito mensalão, e que estavam voltando com a conversa da "menos pior alternativa", vide entrevista de Chico Buarque e programa eleitoral do PT-RJ, o Lula et militius recebem um antigo desafeto, do qual já falaram cobras e lagartos. Objetivo formal: ganhar máquinas peemedebistas e tempo de TV. Nem isso conseguirão, pois a convenção marcada para o dia 29 pelo PMDB elimina essa possibilidade e a divisão do PMDB entre PT/PCdoB e PSDB/PFL é inevitável regionalmente. Mas -pior que isso- reintroduz naqueles setores acadêmicos, de esquerda-livre, do discurso do voto politicamente correto, a certeza que Lula é mesmo o responsável pelo mensalão e que esta é a natureza do grupo dominante do PT. Interrompido o caminho de volta, esta importante faixa multiplicadora do eleitorado caminhará para a senadora Heloísa Helena ou se somará ao voto nulo,( que no caso seria a pior hipótese para qualquer um dos candidatos de oposição). Esse desdobramento poderá ser medido em trinta dias. Passada a copa, claro.