Em seu relatório final, o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) recomendou ontem à CPI dos Bingos o indiciamento de quatro empresas e 79 pessoas. Entre elas, o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci. Inicialmente, os técnicos da comissão informaram que seria pedido o indiciamento de 81 pessoas. Mas, de última hora, o relator decidiu excluir do texto os nomes do ex-ministro José Dirceu e do chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, alegando falta de provas sobre o envolvimento deles com um esquema de corrupção montado por petistas em Santo André (SP).
"Os técnicos disseram que eles poderiam ser indiciados por concussão (crime contra a administração pública). Mas não havia elementos suficientes. Eram as palavras dos irmãos do Celso Daniel (prefeito assassinado) contra a de Gilberto Carvalho. Não ficou evidente. No caso do Dirceu, foi a mesma coisa", justificou o senador, em entrevista, pouco antes de começar a leitura do relatório. A decisão de Garibaldi foi criticada pelos oposicionistas. "Se eu fosse o relator, não retirava", reagiu o presidente da comissão, Efraim Morais (PFL-PB). "Apesar de a CPI ser conhecida como a CPI do fim do mundo, eu nunca fui apocalíptico: gosto de moderação", justificou o relator.